Morning Gallo #0239: Futuros em Wall Street operam estáveis em semana marcada por feriado prolongado na China

Morning Call by Allure Capital - Mercado Financeiro, Política, Geopolítica, História e Economia

Os futuros em Wall Street abrem a semana estáveis, com as ações japonesas encerrando em alta, mesma direção dos futuros europeus, com a grande maioria dos principais índices asiáticos fechados para as comemorações do Ano Novo Lunar.
Boa parte dos mercados asiáticos permanecerão fechados até o meio da semana e o comércio na China continental não será retomado até 30 de janeiro.

O índice Topix, no Japão, saltou cerca de 1%, enquanto os futuros de ações dos EUA lutam para positivar, após ganhos expressivos em Wall Street na sexta-feira, quando o índice S&P 500 subiu pela primeira vez em quatro dias e o Nasdaq 100, registrou o maior ganho em um dia desde o mês de novembro, graças em parte aos ganhos da Alphabet, controladora do Google, e da Netflix.
O rendimento de referência de 10 anos do Japão caiu dois pontos e meio para 0,375%, bem abaixo do teto de 0,5% estabelecido pelos formuladores de políticas, depois que o Banco do Japão disse que forneceria ¥ 1 trilhão de ienes (US$ 7,7 bilhões) em garantias para os bancos em uma tentativa de limitar um aumento nas taxas.
Os investidores seguem apostando nas falas recentes de membros do Federal Reserve, como Christopher Waller, que afirmou na sexta-feira que a atual política monetária parece bastante restritiva, apoiando a moderação no tamanho dos aumentos das taxas. O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, repetiu sua visão de passos mais incrementais nos aumentos das taxas e a chefe do Fed de Kansas City, Esther George, disse que a economia pode evitar uma desaceleração acentuada.
Entre as commodities, o petróleo caiu com os investidores avaliando as perspectivas de demanda após a reabertura da China e os riscos para a produção russa em 2023.
Por aqui, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Alberto Fernández, pretendem criar uma moeda comum sul-americana para transações tanto comerciais quanto financeiras. Os dois assinaram um artigo no jornal argentino Perfil com o anúncio da medida, na véspera do primeiro encontro bilateral entre presidentes dos dois países em mais de três anos.

“Pretendemos quebrar as barreiras em nossas trocas, simplificar e modernizar as regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa”, escreveram Lula e Fernandez.
A ideia não é fazer com que os países deixem de usar suas próprias moedas - o real e o peso argentino -, mas sim a criação de uma moeda comum para as transações comerciais entre eles, independente do dólar. A iniciativa também difere da criação de uma moeda única, como o exemplo mais conhecido: o euro, moeda oficial dos países-membros da União Europeia.

Ainda em 2022, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu secretário-executivo, Gabriel Galípolo, já haviam produzido um artigo defendendo a proposta de uma moeda comum na América Latina, com intuito de impulsionar a integração na região, fortalecendo a soberania monetária dos países do continente. O instrumento único para transações no bloco não é uma ideia nova e já foi defendida inclusive pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes.

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